segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Produtores do Rio Grande do Sul ampliam investimentos em irrigação
Perdas passadas e crédito motivam busca por equipamentos e fazem indústria ampliar jornada

Escaldados pela seca do ano passado, que provocou perdas generalizadas nas lavouras, os produtores gaúchos não esperam mais pelo desempenho do clima para investir em irrigação.
A procura é tanta que algumas indústrias do setor ampliaram os turnos de trabalho.
Além disso, as linhas de crédito estimulam o mercado. Em Panambi, no Noroeste, a Fockink trabalha em três turnos. Há três meses, funcionava apenas em um. A empresa, líder do segmento no Estado, também está ampliando a estrutura.

— Esperamos concluir em junho a expansão da fábrica, o que aumentará a produtividade em 40%. Hoje, abastecemos 30% do mercado nacional e 70% do mercado gaúcho — afirma Siegfried Kwast, diretor-superintendente da empresa.

Segundo Kwast, produtores com menos de cem hectares são os principais compradores:

— Esse perfil corresponde a 50% dos nossos clientes. Do restante, 30% são grandes e 20%, pequenos. Os últimos, na maioria, utilizam os pivôs para irrigar pastagens.

No ano passado, o governo estadual criou o programa Mais Água, Mais Renda, para subsidiar a compra de equipamentos para irrigação. Dados da Secretaria de Agricultura apontam que já foram realizados 615 projetos. Outros cem estão em análise pela Emater.

Apesar da expansão da irrigação, a morosidade do trâmite dos processos nos órgãos ambientais reguladores e a dificuldade para atender à demanda de energia preocupam os produtores e fazem muitos desistirem do projeto. O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas, Claudio Bier, diz que o mercado está aquecido, mas a burocracia é um desafio:

— Tem crédito, as fábricas estão produzindo, mas imaginávamos que, com esse programa de governo, as vendas deslanchariam mais.

Novo perfil à propriedade
Comparar o resultado da safra nas áreas com e sem irrigação fez com que a família De Bortoli pensasse em ampliar o uso do sistema.
Dos 5 mil hectares em que os quatro irmãos plantam em Cruz Alta, 900 já são irrigados. O sistema começou a ser implantado há 10 anos, para fugir dos prejuízos das estiagens, e modificou o perfil da propriedade.

— Muitas coisas que não plantávamos, como a safrinha de soja ou de feijão, hoje são garantidas pelo sistema, com resultado excelente — conta Mauro de Bortoli.

A irrigação é responsável pelo aumento de 60% na produtividade.

— Já temos projeto em trâmite para mais 320 hectares irrigados — afirma o produtor.

FONTE: www.ruralbr.com.br

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